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VIOLÊNCIA ALÉM DA CONTA
A violência está presente em todas as cidades brasileiras e pelo que vemos e ouvimos, em noticiários, pelo mundo inteiro.
Nos EUA, em uma escola onde deveria ser o refúgio de segurança para que as novas gerações se preparem para construir o futuro, um estudante enlouquecido mata 32 colegas, num rastro de sangue e de horror.
Em nossa querida cidade do Rio de Janeiro a violência urbana atinge uma escala insuportável, a ponto de o governador pedir ao presidente ajuda federal para o enfrentamento entre marginais, a polícia e a população. Crianças inocentes morrem em meio a tanto desequilíbrio, indo para a escola ou simplesmente, no trajeto de sua casa para a igreja, o clube, uma compra ao lado dos pais ou na primeira viagem de metrô sozinha aos catorze anos.
A insensatez chega ao ponto de fechar as portas de um ônibus e colocar fogo. São verdadeiros demônios sob o efeito de drogas e o comando de algozes que, mesmo estando atrás das grades comandam através de celulares essa câmara de horrores, onde a população já não sabe o que fazer para proteger seus familiares. Apavoradas as pessoas já não saem às ruas com tranqüilidade.
A juventude desde tenra idade envolve-se com o tráfico. É a maneira mais fácil de levar dinheiro para casa. Precisamos resgatar as escolas de horário integral e nelas ensinarmos algumas profissões para que nossos jovens desde cedo aprendam a dignidade de serem sujeitos da própria história. Mas, além de lhes ensinar uma profissão, que sejam gerados empregos onde possam exercê-las e ter rendimentos para planejarem seu futuro, a organização de uma família.  
A cultura da educação e do trabalho salvaria muitas vidas. Provavelmente, gastar-se-ia muito menos mantendo essas escolas do que com reformatórios e prisões. Um cérebro ocupado com estudo e trabalho será mais difícil de ser manipulado por quem quer que seja. Um salário ganho com o trabalho, além de manter as pessoas ocupadas pensando na manutenção da família, deixa-as realizadas por serem  responsáveis por isso. Criam-se perspectivas de superação e a melhor coisa que existe é saber-se capaz de cuidar de suas vidas sem depender de ninguém. Uma cesta básica ganha sem contra partida deixa as pessoas dependentes e facilmente manipuláveis, a começar pelo distribuidor, além de lhes sobrar todo o tempo para o vício e a marginalidade.
Precisamos urgentemente, manter essas crianças na escola e lhes dá trabalho, uma profissão, logo que atinjam 15,16 anos. O trabalhador-aprendiz formará um hábito, uma cultura de estudo e do trabalho e não terá tempo para marginalizar-se.

Rio de Janeiro, 19 /04 /2007
Benedita Azevedo




Benedita Azevedo
Enviado por Benedita Azevedo em 17/06/2007
Alterado em 06/03/2012


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